Pouco depois que cheguei em janeiro, conversando com uma senhora no ônibus sobre meu deslumbramento com a Escócia, ela me disse: Ah! Você precisa conhecer Callander! Semana passada aproveitei um dia que amanheceu lindo, e zarpei para a rodoviária. É um passeio bate-e-volta a partir de Edimburgo, mas sinceramente queria ter ficado por lá, pelo menos uma noite.

Partindo de Stirling, na própria rodoviária, peguei um ônibus pequenininho, que mais parecia ter saído dos anos cinquenta, com  “senhorzinho cor de rosa” no volante. O caminho para Callander é um sonho! Passa por outras pequeninas cidades, florestas e campos, onde por vezes cavalos de casaco e por vezes ovelhas, pastam felizes da vida.

Callander é uma cidade pequenininha que fica bem no início das Highlands, as Terras Altas da Escócia.  E no mapa da pra ver que fica ao pé de uma enorme montanha: Ben Ledi

Cheguei à Callander debaixo de chuva, que em segundos, virou temporal. Mas como eu já conheço o clima bipolar da Escócia, não desanimei.

E essa é a primeira visão que a gente tem quando desce do ônibus: Ancaster Square, a praça central, St Kessog’s Church que hoje abriga o centro de informações turísticas. Talvez devido à chuva, a cidade estava vazia. Ué? Cadê a animação que a senhora havia me contado? Mas eu sou empolgada por natureza e lá fui eu “me encontrar” com Callander.

E como eu previa, um dia de sol começou a se abrir, poucos minutos depois. Logo nos primeiros passos, eu entendi porque a cidade é tão querida… A rua principal da cidade, que é “praticamente a cidade inteira”, fica entre montanhas e o Rio Teith. Uma combinação de lindezas!

Logo na primeira rua transversal que entrei para “explorar os limites” da cidade, dei de cara com o que toda cidade escocesa que se preze tem: um cemitério (claro que mega assombrado) bem no centro da cidade, e com vista para as montanhas!

Mas até fantasma na Escócia é feliz! Olha o passeio pertinho do cemitério! Nem precisa assombrar ninguém!

Pronto! Paxonei na cidade! E nem fazia 20 minutos que estava nela! Mas, diz aí, se não faz um bem enorme ver essa beleza?

A cidade é ponto de partida para  The Trossachs e Loch Lommond. É um parque nacional maravilhosos lotado de vales, lagos e montanhas (que eu ainda preciso conhecer!!!).

Só essa paisagem já teria valido a pena a viagem.

Daqui voltei à rua principal, cheia de pubs, hotéis, B&Bs, restaurantes, lojas fofas, lojas de lembranças, muito cashemere, lojas meio malucas…

Esse tal de Rob Roy é legendário por aqui. Pelo que eu entendi roubava dos ricos para ajudar os pobres.

A gente vai andando, a montanha vai chegando perto, e o cenário em volta faz a sensação de estar dentro de um livro de histórias infantis aumentar a cada metro.

A arquitetura que parece feita de biscoito, tipo João e Maria…

É desses lugares que a gente só precisa olhar… tudo é um “must see”.

 

Andar e me maravilhar foi tudo que eu fiz. E precisa mais?

E tinha até umas casinhas à venda…

E de repente a gente olha e Ben Ledi está bem à nossa frente. Enorme!

Definitivamente dá vontade de ficar e ver o entardecer… E jantar, e dormir numa B&B bem fofinha que nem a que eu fiquei em Inverness. Mas… na atual conjuntura econômica… tive que controlar os impulsos viajantes e delirantes. E fazer meia volta para pegar meu ônibus de volta à Stirling, e de Stirling de volta à Edimburgo.

Voltei então à Ancaster Square, não sem antes comprar um  sanduíche e um belo cappuccino no Greggs, super dica de um lanche bem em conta e delicioso (tem em todo o Reino Unido). Enquanto lanchava na pracinha, a cidade, agora ensolarada,  estava cheia de gente na rua.

 Como chegar à Callander saindo de Edimburgo?

Facinho, mas um tantinho demorado. Mesmo assim vale a pena porque o caminho é tão lindo quanto o destino. De Edimburgo à Stirling – Megabus (a passagem pode sair por apenas 1 pound!) – e chagando à estação de ônibus de Stirling, pegue alí mesmo, o bus 59 para Callander (compra-se o ticket diretamente com o motorista). Salte na praça em frente à igreja. Na volta o ônibus de volta à Stirling para bem na Ancaster Square na calçada da igreja e tem os horários escritos no ponto.

E se como eu, você tiver vontade de passar uma noite por lá, é só ver os hotéis aqui.

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