A visita de apenas dois dias à Montpellier nos deu aquela vontade de ficar muito mais. Mas era hora de pegar mais um trem, desta vez um TGV (Train à Grande Vitesse) para continuar a viagem.
Destino? Minha querida Paris, onde teríamos um roteiro cheio de igrejas, catedrais e basílicas, que nos fariam passear por séculos passados. Começamos por Chartres, a 80 km a sudoeste de Paris.
De Paris à Chartres
Há um trem por hora saindo da Gare Montparnasse, a mesma da Tour Montparnasse. Em pouco menos de uma hora, estamos desembarcando na Gare de Chartres. Dá para ir a pé e é só seguir as placas. Logo a gente avista as torres da enorme catedral.
A Basílica Catedral de Nossa Senhora de Chartres é um dos melhores exemplos da arquitetura medieval francesa, que eu tanto estudei para o exame de Nancy da Aliança Francesa. E claro, conhecê-la e encontrar com meus próprios olhos, todos os detalhes de uma catedral gótica, foi emocionante.
Construída entre 1194 e 1205, depois da primeira igreja gótica da França, a Basilique de St Denis, todas as técnicas de construção foram aperfeiçoadas e está, até os dias de hoje, perfeitamente preservada.
A história da construção chega a ser pitoresca. Imaginem-se no século XIII… A Basílica de St Denis, alí pertinho, ostentava muitas novidades da arquitetura: altura, vitrais belíssimos, arcos ogivais, arcobotantes, contrafortes (que ajudavam a distribuir o peso), gárgulas e esculturas maravilhosas.
Claro que o bispo de Chartres queria uma igual ou ainda mais bela. Então… um <incêndio> tomou conta de algumas partes da velha igreja. Igreja essa que abrigava uma relíquia: Sancta Camisia, a túnica sagrada que Maria usava quando deu à luz a Jesus. Salva por uma artimanha do bispo, a relíquia fez o povo da cidade ajudar a construir a obra para dar um novo lar para a túnica de Maria.
E nessa manhã de fim de outono, não havia a massa de turistas que a igreja atrai. Tivemos toda a calma do mundo para admirar cada detalhe. E são muitos! A começar pela fachada principal e o conjunto de esculturas.
Se a sensação pretendida por essas construções é fazer a gente olhar para o alto e se sentir pequeninha, devo dizer que obtiveram sucesso. A luz filtrada pelos vitrais é mágica!
Tanto esculturas quanto vitrais, os elementos visuais faziam o papel de livros, uma vez que a maioria da população não sabia ler.
Nos vitrais, a Bíblia, histórias dos santos… Assim como em Rosslyn Chapel, na Escócia, cada detalhe conta/ensina algo. Obviamente, Chartres lucra até hoje, assim como na Idade Média, com a beleza e importância histórica dessa catedral.
É lindíssima! E totalmente impactante. Já conheci várias catedrais e basílicas góticas. Uma que impressionou quase tanto, foi a Abatiale de Saint Ouen, em Rouen. Mas esse de Chartres, tem todo um contexto que… emociona.
Aqui, o famoso labirinto de Chartres, com 261 metros, parcialmente coberto por cadeiras. Descoberto fica assim, como nessa foto que tirei de outra foto exposta na igreja.
A tradição é deixá-lo livre nas sextas-feiras durante o verão. Diz a lenda, que era percorrido de joelhos por padres e peregrinos.
A Basílica Catedral tem três fachadas. Uma conquista da nova arquitetura, os arcobotantes, que permitiram construções cada vez mais altas, com vitrais maiores, são bem visíveis aqui.
A fachada lateral é até mais impressionante que a principal. E eu diria, um tantinho assustadora…
A visita à Catedral de Chartres foi mesmo um dessses momentos em que tudo o que você já leu, estudou ou pesquisou, se materializa na sua frente.
Ainda demos uma voltinha pela centro da cidade e voltamos para pegar o trem de volta à Paris. No dia seguinte seria a vez de Saint-Chapelle, que é igualmente imperdível!
Para ler os post sobre a viagem de trem pela França, aqui.
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Foi muuuiiittoooo boooaaaa essa viagem!
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