Visitar a história no lugar onde ela aconteceu. Em Berlim, isso é impactante. Eu diria que apesar de serem “lugares turísticos” o centro de documentação Topografia do Terror, Checkpoint Cherlie e Asisi Parnorama, são na realidade, uma dura visita ao passado. Dura, mas extremamente necessária para se (tentar) compreender os absurdos que fizeram parte de uma história recente tão dolorida, que vejo aterrorizada, se repetindo e se multiplicando diante de nós, nos dias atuais.
Topografia do Terror
Topografia do Terror é um museu histórico, um centro de documentação construído sobre o terreno onde era o QG da Gestapo e da Polícia Secreta do Estado (SS), durante o Regime Nazista.
O nome é assustador. Mais assustador ainda, é ler as mensagens e ver as imagens que fizeram parte da intensa propaganda psicológica utilizada pelo o partido Nazista, para influenciar o povo a aderir ou “aceitar” as políticas utilizadas para defender a idéia absurda de “raça pura”. É ainda na parte externa do Centro de Documentação, que vemos essa exposição, abrigada em uma grande parte que restou do Muro de Berlim.
São inúmeras fotos de soldados loiros e fortes, com frases de efeito perturbadoras.
É como se fosse uma sobreposição de histórias. Uma intercessão de absurdos. O Nazismo sobre o Muro. Juntos.
Vendo a lavagem cerebral feita antes e durante a guerra, a gente começa a imaginar como o povo recebia as “informações”. Como formavam a cabeça dos jovens, através da propaganda – e do medo. Mais assustador ainda, é vermos isso acontecendo AGORA. Com a força da internet, no silêncio de um quarto escuro, quantos jovens e adultos estão nesse exato momento, sendo convencidos de que abandonar seus pais, seus lares, seus países, e cometer atrocidades é o único caminho? Estamos assistindo a história se repetir.
No interior do prédio, textos e fotos continuam, agora, mostrando a evoluçãao do regime de Hitler e como o Nazismo aterrorizava a população. Humilhações em praça pública, prisão e tortura, são apenas alguns exemplos do que acontecia aos que se atreviam a se desviar das “regras” do regime.
Confesso que sair do local é um alívio. Como eu disse, é duro, mas necessário para compreender como e porque todo um país sucumbiu à loucura de um homem.
Onde? Niederkirchnerstraße 8, cinco minutos a pé de Potsdamer Platz.
Checkpoint Charlie
A poucos metros desse Centro de Documentação, seguindo a Niederkirchnerstraße, a gente chega ao cruzamento da Zimmerstraße com a Friedrichstraße. Durante a Guerra Fria, era o único ponto do Muro de Berlim onde Americanos, membros das Forças Aliadas e visitantes estrangeiros podiam cruzar a fronteira entre Berlim Ocidental e Oriental.
O nome vem de Checkpoint C
E mesmo sendo hoje um checkpoint turístico, com direito a um homem fantasiado de guarda em frente a uma barreira de sacos de areia, que cobra uns euros por uma foto, vale muito a pena conhecer.
Sim, eu tirei foto clichê!!! Quem nunca??? hehehe! Mas o que vale mesmo a pena, são as exposições que estão à volta dessa esquina histórica. O Mauer Museum (Museu do Muro), asisi Panorama – e uma exposição de fotos ao ar livre sobre a Alemanha dividida.
Além disso, esses poucos metros quadrados foram palco de alguns fatos que marcaram a história da divisão da Alemanha. O famoso face-to-face de tanques americanos e soviéticos depois de um incidente diplomático, a morte de Peter Fechter atingido por guardas de Berlim Oriental,
Mauer Museum (Museu do Muro)
Um muro erguido assim… de repente. Que durou uma eternidade e virou obsessão para a Alemanha Oriental. A cada fuga, uma nova “melhoria” era acrescentada ao muro… 155 km em volta de Berlim. O Museu conta a história do muro desde o início de sua construção em 1961 até sua queda em 1989. Desde as primeiras cercas de arame farpado ao complexo de concreto, torres de observação, cães e guardas armados até os dentes.
Mostra também as histórias e inúmeras formas usadas pelas pessoas para fugir de Berlim Oriental, transpor a barreira e passar pela fronteira para reunir famílias, casais… gente. Se as pessoas queriam fugir, é claro que não era bom estar naquela parte da cidade.
São inúmeras fotos, vídeos, maquetes, e manchetes de jornais.
Onde? Friedrichstraße 43-45
asisi Panorama
A rotunda de 360 graus, coberta por uma enorme tela, elaborada por Yadegar Asisi, coloca a gente diante do muro. A sensação é de imersão total.
Estão vendo as pessoas abaixo da escada? a que tem uma mochila nas costas sou eu! Tanto o muro, como as construções e as pessoas, são pintadas em tamanho natural.
A iluminação simula um amanhecer/entardecer. É uma riqueza de detalhes impressionante.
E para ver “do outro lado do muro”, a gente sobe até uma plataforma. Assim como na pintura.
Na esquina oposta há uma exposição de fotos ao ar livre, alguns pedaços do muro, e mais muita história.
Em apenas alguns metros, um tantão de história. Reaprender, descobrir e pensar… Minha dica é separar um dia só para este tipo de “reflexão” e visitar esses lugares numa espécie de linha do tempo. Pois o melhor de visitar Berlim, é constatar a enorme capacidade de se refazer e mudar todo o rumo de uma história que ficou para trás, mas que não deve ser esquecida. Até porque estamos vendo alguns tristes exemplos se repetirem.
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Delicia de texto! E que saudade!