Veneza – um pouco de magia

A noite foi realmente um terror! No post anterior tem toda a história, lembra?  O trem foi parando a noite inteira.  Mais ou menos às 5:00 da manhã, minha filha me cutucou e falou: -Mãe eu vi água, pode ser mar, devemos estar chegando em Veneza. De novo, por adivinhação e pelo horário, assim que o trem parou, pegamos as malinhas, passamos por cima dos que estavam dormindo e saltamos. Nenhum aviso, nenhuma placa, nem sequer um sininho! Se por acaso estivéssemos dormindo…

Saltamos em uma estação completamente deserta e escura. Sentamos num banco de metal gelado. Um frio de fazer pinguim pular miudinho. Nós, um enorme relógio (5:37) e um senhor com seu carrinho de limpeza.

Tudo, absolutamente tudo fechado, inclusive o banheiro.  Esperaríamos amanhecer para sair e procurar nosso hotel, que era bem perto da estação. Às seis horas, uma luz atrás de nós acendeu. Era uma lanchonete que, graças aos céus, exalava um cheiro delicioso de café. Fomos as primeiras da fila.

Depois de um café que naquele momento, foi uma bênção, fui ao toilette, desses que só abrem quando a gente col0ca moedas. Um euro ou você fica &¨*&*#. (Tenha sempre moedas na Europa! às vezes é a diferença entre um mais que necessário pipi ou  ficar apertado numa estação de trem). Quando voltei, o dia finalmente começava a aparecer.

Venezia Sta Lucia (tremendo de frio às 6 da manhã, depois de uma noite tenebrosa no trem)

Ainda assim, esperamos até às sete, e meio que nos arrastando, saímos da estação. A visão foi como um curativo! Desses remédios que a gente toma e a dor passa como se fosse milagre.  Em segundos eu realizei: estava em Veneza!

Veneza para mim sempre foi uma inequação de 2° grau… Eu nunca entendi Veneza. Desde sempre no meu imaginário, desde 2008 tentando encaixá-la nos meus roteiros, Veneza era uma espécie de musa inatingível.

Para  começar a entender : É isso mesmo, a cidade (a parte histórica) é no formato de um peixe. Lá em cima, à esquerda (em preto), é a estação de trem St Lucia (onde chegamos), que é a estação que fica na ilha. Mestre é a estação de trem que fica no continente.

Nosso hotel, sinalizado pela bolota vermelha, estava a 500 metros de Sta Lucia. Mas (tem sempre um mas…) antes teríamos que reunir forças e escalar a Ponte della Costituzione, que não é nada demais, só que tem pequenos degraus, que primeiro você sobe e depois você desce. Um tanto incômodo quando se está exausta e carregando malinhas (ainda bem que eram mínimas!). 

Ponte della Costituzione Veneza( fonte : Trivago)

Essa parte estava  em obras e meio (completamente) perdidas, perguntei a uma senhora onde ficava a tal rua do nosso hotel. Sorrindo (às 7 horas da manhâ), ela pegou o papel da minha mão, e disse para segui-la. Ela desviou do seu próprio caminho e nos levou até a porta de nosso hotel. Uma gentileza inacreditável, que encheu meu coração já aliviado, de uma alegria exagerada.  Às 7:15 chegávamos ao nosso hotel: Casa Sant´ Andrea.

Roberta, a senhora da recepção, nos disse gentilmente que nosso quarto só estaria livre bem mais tarde, lá pelas onze horas, enquanto olhava para Carol (que estava em estado lastimável). Achei que ela estava a beira de pegar Carol no colo e pessoalmente levá-la para casa.  Sentamos e senti que se esperássemos naquelas poltronas fofas, dormiríamos até o dia seguinte, babando e roncando em italiano arcaico!  Num rompante de espírito viajante, levantei e perguntei como chegaríamos a Praça São Marcos. Arrastei Carol até o “ponto do vaporeto” e lá fomos nós.

Embora completamente depauperada, meu habitual deslumbre começou a se manifestar. Veneza começava a se mostrar num dia lindo! Não fosse o frio e o vento gelado…

A essa altura, eu já estava totalmente empolgada, e tentava animar Carol, que de tão cansada, não conseguia nem sorrir diante da paisagem que passava diante de nós.

 Em alguns minutos, estávamos desembarcando.

A cidade ainda vazia. Mesmo assim, pontos coloridos de destacavam ao longe. Era Carnaval… em Veneza! E as fantasias e máscaras apareciam aqui e alí…

E o prazer de cada mascarado era exatamente ser admirado e devidamente fotografado.  Pronto! Já estava definitivamente apaixonada por Veneza…

Por toda a orla e na praça, inúmeras barracas de máscaras, lembranças e postais. Um colorido estonteante, que perduraria por todos os dias que estivemos em Veneza.

Imagine-se passeando numa cidade medieval, onde não há carros, com o som do mar e da água dos canais batendo de mansinho, e personagens vestidos de fantasias belíssimas aparecendo ao longe nas ruelas ou bem ao seu lado!

E para cada ângulo que eu olhava, era uma cena, uma paisagem, um clima. Estava começando a tentar entender Veneza.

A Piazza San Marco, os mascarados, e um cansaço absurdo! Tudo isso misturado. Chorei! Era muita informação para processar. Muita emoção…

E a Basílica de San Marco alí na minha frente! E para comemorarmos, nos embrenhamos pelas ruelas e encontramos “alimento”  num café, desses, assim… que a gente nunca mais vai esquecer!

Piazza San Marco (completamente vazia!)

Esse passeio – aperitivo,  foi um bálsamo!  Ainda tinha muita Veneza pela frente!

Nos próximos posts tem muuuuuito mais! Continua aqui.

10 comentários em “Veneza – um pouco de magia

  1. Pingback: MALA DE RODINHA E NÉCESSAIRE | Um Carnaval em Veneza

  2. Cel, que presente abençoado esse amanhecer em Veneza! Tá na minha wish list!
    Falando em wishs, queria saber se você conhece o site Airbnb. Descobri em um blog recentemente e achei muuuito interessante. Tava pensando que ano que vem, quando eu for para algumas cidades da Europa que você já conhece, vou usar a minha carinha de pau para pedir a sua opinião a respeito da localização, principalmente em Londres.
    Beijão

  3. Lindas, a Basílica e a Praça San Marco! Veneza é um sonho!! Os canais, as gôndolas… o romantismo mora lá com certeza! E o carnaval?! Estupendo! Você acertou na mosca. Bjs

  4. CARNAVAL EM VENEZA! Um presente da vida para você, querida! E bem merecido! Espero que a ressaca da viagem tenha sido logo recompensada. Aguardo o próximo post para ler!!!
    Até porque carnaval em Veneza, para esta carioca friorente, só mesmo vendo através do seu blog (risos) e com toda a magia com que você sabe contar suas histórias!!!
    beijinhos!

  5. Você chegou no lugar certo na hora mais certa ainda, imagine pegar um carnaval em Veneza. Perfeito! A vida é escrita por linhas tortas, nunca deu certo de visitar antes, mas talvez se tivesse ido não seria carnaval. Acho que você viu a cidade completa com todas as cores e alegria. Ai que vontade de pegar um avião agora para lá! Como vc diz, meu passaporte ficou nervoso. Bjs querida

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