O primeiro vôo internacional a gente nunca esquece

V@ar

Este post é especialmente para quem está para embarcar pela primeira vez.  Para quem nunca entrou num avião ou nunca chegou perto de um vôo internacional.  Atendendo a pedidos, esse post ” descreve” como tudo acontece. Assim, dá para ter uma idéia do que você vai encontrar e fica mais fácil lidar com aquele frio na barriga que dá diante do desconhecido (já passei por isso), principalmente, quando a gente está viajando por conta própria e sozinha. Meu primeiro vôo internacional foi um espetáculo. O (você sabe o nome) ainda não tinha derrubado as Torres Gêmeas e os procedimentos antes de entrar no avião, propriamente dito, eram bem mais tranquilos. Mas me lembro do completo mistério que era para mim, fazer chek in, entrar na sala de embarque, o que fazer durante o vôo, que língua os comissários falariam, como era a comida.

Tudo era absoluta e deliciosamente novo. Eu estava com uma amiga, e nossa viagem para Nova York, era um tipo de excursão da falecida Soletur. Então as coisas foram fáceis, tinha um guia da agência no Galeão (aeroporto internacional do Rio) para nos informar tudo, entregar as passagens, vouchers etc. Chegamos, pegamos as passagens e entramos no avião. “Naquela época”, imaginem, ainda havia área para fumantes, e mesmo na econômica, era muita mordomia. Depois que acabavam as refeições, ia todo mundo bater papo na cozinha e ainda tomava um whiskey à vontade “para relaxar”. E para acompanhar, um cigarrinho. Da metade do avião para trás, era um fumacê insuportável.

Na segunda vez que visitei NY, em 99 já estava bem descolada. Já quando fui para Paris, anos mais tarde, eu me senti tipo marinheira de primeira viagem outra vez. Principalmente porque tinha passado anos pensando nessa viagem, o que fez  minha habitual ansiedade, atingir um nível estratosférico! Totalmente moderna, comprei a passagem pela internet no site da Air France.  Tudo muito “muderno”, recebi o email de confirmação e o VoyageMemo, dizendo que poderia fazer o chek in pela internet. Chek in é basicamente a confirmação da sua viagem, e do seu assento no avião.

Mas eu acabei fazendo lá mesmo no aeroporto Tom Jobim. Funciona assim: se for pela internet, 30/24 horas antes do seu vôo  (a antecedência depende da cia aérea), a gente acessa o site, ou o aplicativo pelo celular, e com o código fornecido no e-mail, faz o chek in e imprime o bilhete. Em algumas cias aéreas, nem precia mais de papel impresso. É só mostrar o código no celular mesmo.

Eu gosto de antecedência e chego sempre bem antes da hora do vôo. Eles recomendam três horas antes para vôos internacionais. Se você fez o chek in pela internet, entra na fila do guichê ” e – chek in”, e diante da atendente da sua companhia aérea, mostra seu passaporte e o bilhete impresso ou o celular. O atendente confirma no sistema, pergunta se há bagagem para despachar, e equanto você coloca as malas na balança, ela coloca uma etiqueta na sua bagagem de mão e entrega um comprovante de bagagem despachada. É bom conferir! Já me deram o comprovante com o nome errado e a minha bagagem foi extraviada (depois achada); Aí você pode perambular pelo aeroporto, mas tenha o cuidado de saber exatamente aonde é o portão de embarque. Normalmente, o embarque começa uns quarenta minutos antes da hora do vôo.

Na sua bagagem de mão – a que você vai levar junto com você para dentro da cabine do aviâo- não pode ter (de jeito nenhum) nenhum recipiente com líquido com mais de 100ml, nada cortante, nada combustível. Pasta de dente, colírio, e tudo que for líquido ou pastoso, tem que estar dentro de um saco plástico, tipo ziploc e não pode exceder o limite. Chegou a hora! O portão de embarque normalmente é misterioso. No Tom Jobim, o portão é uma portinha, entre vidros fumê. Você apresenta seu cartão de embarque e entra. Depois de um fila tipo de banco, você chega ao guichê da polícia federal, mostra seu passaporte e de novo o cartão de embarque. Pronto, tecnicamente, você já saiu do Brasil.

 

Mas antes, tem o raio X. São os prcedimentos de segurança. Tem que tirar casaco, computador, eletrônicos, a bolsa e o saquinho com os líquidos,  colocar tudo em bandejas que vão passar por um esteira para serem analisados pelo aparelho de raio X. Nosso “corpicho” também passa por uma máquina para detectar metais .  Se apitar, provavelmente vão te revistar manualmente, apalpando seu lindo corpinho, para se certificarem que você não escamoteou nenhuma arma por dentro das suas roupas.

Daí a gente fica esperando nosso vôo no quadro de aviso e a  voz no alto falante anunciar seu vôo e então sim, a gente se dirige ao portão indicado.

Pronto, você já está num tubo, que liga o avião ao portão de embarque e finalmente, dentro do avião, onde comissárias de bordo sorriem e dizem Bonjour!  ou outra saudação na língua da cia aérea. Daí, é procurar seu assento, e se acomodar. Coloque sua bagagem de mão nos compartimentos acima dos assentos e se for pequena o suficiente, embaixo do assento à sua frente.

Na sua porltrona, você vai encontrar um cobertor e uma almofadinha. Leve sua escova e pasta de dente, pois pelo menos na Air France, esse kit não rola!

Por experiência própria, prefiro os assentos perto da janela. E bem atrás. Dou preferência, os últimos que só tem duas poltronas a partir do número 52. Tá bom, fica perto do banheiro, pode até parecer que fica meio zoneado, mas se você se você estiver sozinho/a e sentar na janela só vai ter que ultrapassar uma pessoa para se locomover, esticar as pernas, ir pegar os lanchinhos durante o vôo ou ir ao banheiro mesmo. Nesse lugar, a gente sempre sabe se “tá rolando” uma fila, ou se “tá liberado”.

Nesses mapas, os azuis claros, são os assentos da categoria econômica, onde nós, simples mortais, viajamos.

Na primeira vez que fui à Paris, sozinha, fiquei horas escolhendo meu lugar. E consegui sentar, exatamente sobre a asa! Ou seja, toda a vista que eu tinha romanticamente imaginado, quando chegasse a Paris, se resumiu ao céu nublado. Para piorar a situação, eu fiquei na janela e ao meu lado sentou-se  um casal esquisitíssimo. Assim que se acomodaram, enfiaram as máscaras para dormir, e não se mexeram nem quando o avião decolou, nem quando chegaram as refeições. Resumo: eu tinha que dar uma sacudida, quase um ataque epilético, cada vez que queria sair do confinamento. Na Air France, a categoria econômica, é isso mesmo. Um espaço mínimo entre o seu ser e a poltrona da frente e a do seu lado.

Então é assim: na janela você tem onde se apoiar para dormir mas fica meio presa. No corredor, você fica livre para se locomover, mas sem apoio para encostar a cabeça e dormir. Travesseiro de bordo é indispensável em qualquer assento.

Eu não sou nem um pouco grande, e meus joelhos, em posição sentaada, quase tocam o encosto da poltrona da frente. Quando o ocupante resolve reclinar  (reclinar é força de expressão), é claustrofobia total. Mas sorria!!!! Você está a caminho da Europa! Ou seja lá qual for seu destino Apenas 11 horas de vôo e pronto!

Et voilà!. Agora é só esperar todo o mundo se acomodar.

Antes de decolar, os comissários de bordo dão uma “sprayada” com uma espécie de desinfetante sem cheiro, checam se está todo mundo com cinto de segurança, se os compartimentos estão fechados, etc. Aí você escuta as turbinas, e ” a voz” anuncia o tempo de vôo, a que horas está previsto aterrissar e a temperatura do seu destino.

Spray desinfetante

Eu adoro a hora da decolagem. Escuto feliz da vida o vídeo sobre os procedimentos em caso de emergência, mentalizo uma viagem tudo de bom e pronto.

Uns vinte minutos depois de decolar, depois que o aviso de apertar os cintos se apaga, o povo todo se mexe, desata os cintos, se espalha se tiver assentos vagos, e alguns até trocam de roupa e calçam pantufas. Eu não arrisco, pois se os pés incharem durante a viagem, o sapato simplesmente não entra mais. Os comissários distribuem os fones de ouvido, máscaras para dormir, tampões para os ouvidos, e lencinhos umedecidos refrescantes. Depois, passam com um bloquinho, anotando qual refeição você vai querer. Frango ou massa??? Carne ou massa?


Em francês: Poulet ou pâte? Boeuf ou pâte?

Logo, logo, a gente começa a ouvir o barulho dos carrinhos com as bebidas e refeições. Nesse quesito, tenho que dizer que a Air France é bem legal.

“Vista” do assento da Air France (classe econômica- Voyageur). Sempre levo colírio pois o ar do avião resseca demais os olhos.

Champagne (antes da refeição) e um biscoitinho de erva-doce. Delícia.

Até a salada de chuchu é gostosa. Pão (delicioso, incrivelmente fresco) à vontade. E o vinho então? E no tocante às bebidas, não tem mão de vaquice não!

Pão, manteiga, água mineral, vinho branco, lasanha ou carne, salada de chuchu, frango, queijo brie, e de sobremesa, torta de chocolate e bombom.

Dá para ver que a mesinha fica realmente ao alcance das mãos…

Acabada a função do almoço/jantar, os comissários servem café, recolhem os pratos e copos, e tudo se acalma. Logo em seguida, começa a fila na porta do  banheiro e as luzes diminuem (mesmo quando o vôo é diurno). Normalmente passam o jornal (em francês) nas telas espalhadas pela cabine, e depois tem um filminho. No último vôo já haviam as telas individuais nas costas da cadeira à sua frente. Bem melhor poder escolher o que se quer assistir.

Nessa hora, já tem gente babando! Mas eu, que tenho insônia mesmo tomando um parangolé para dormir, fico tentando um posição para relaxar. Tiro uns cochilos, mas dormir mesmo, nada!

Banheiro minúsculo. Aconselho uma dieta antes de partir….

Durante a noite, normalmente é tudo muito tranquilo. No meio da cabine, fica uma espécie de cozinha, e pelo menos na AF, você pode ir até lá e se fartar de sanduíches, biscoitinhos, água mineral (Perrier), Hagen Däzz, vinho branco, Heineken e Champagne. Pra quem tem insônia é tudo de bom! Só de ir e vir já mata o tédio.

Um cochilo e quando a gente vê, está amanhecendo…

Chegando à Paris…

E começa o boburinho do café da manhã. Eu adoooooro! Além de ser uma delícia, é sinal de que estamos chegando!

Salada de fruta, sanduíche de peito de perú, leite, iogurte, geléia, frios,  pãoe café  à vontade.

Bom, a hora de recolher os finalmentes do café da manhã é meio corrida. Afinal, já estamos chegando, e todo mundo começa a se arrumar, a mulherada lança mão do nécessaire, as mais peruas fazem um make  completo, os friorentos sacam os casacos e ficamos todos esperando o piloto dizer a temperatura local e  que estaremos aterrissando em alguns minutos.

Enfim, Paris!!!!  Da primeira vez, ao sair do avião, não tinha tubo! Tivemos que descer a escada e pegar um ônibus até o terminal. Este momento, para quem saiu do nosso ensolarado país, é uma lufada gelada que adentra seu corpo, principalmente se for inverno. Tive vontade de voltar ao útero materno. Portanto, seja qual for a estação, uma pashimina é sempre bem vinda!

Terminal do Roissy-Charles de Gaulle (tubo que liga o avião ao terminal)

Chegando ao seu destino, não se preocupe. Não tem como não chegar na imigração. É só seguir a galera. Se tiver conexão, leve o mapa do aeroporto. Se tiver que trocar de aeroporto (às vezes, pode acontecer de desembarcar no Royssy-Charles de Gaulle e o outro vôo partir de Orly), consulte o site da companhia e do aeroporto.

Bom, espero que quem pediu  ou se interessou por esse post, viaje bem rapidinho! Nenhuma descrição consegue realmente mostrar o principal. O maravilhoso frio na barriga.

Vai viajar de Classse Executiva? Veja como é essa experiência neste post.

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35 comentários em “O primeiro vôo internacional a gente nunca esquece

  1. Vou em uma viagem para Londres, com conexão em Lisboa. Sabe me dizer se passo pela imigração só em Londres, ou se passo pela imigração também em Lisboa?

    • Eu não posso te dar certeza absoluta mas acho que sim, a não ser que durante o intervalo da conexão os passageiros fiquem em área restrita em Lisboa. Mas é sempre bom estar com todos os documentos à mão, nas duas ocasiões, Em Londres com certeza tem imigração mesmo vindo da União Européia.
      Boa viagem!

  2. Muitíssimo obrigada!!!
    Farei a 1ª viagem internacional em setembro, para Paris. Já havia lido vários posts a respeito, mas nenhum tão detalhado quanto o seu sobre o 1º voo.
    Parabéns e obrigada!!!

  3. Esse post vai me ajudar muito, muito obrigado.
    Os comissários e aeromoças dos voos internacionais falam inglês além da língua da companhia?

  4. Celina do céu, você é minha heroina e ídola!! Acabei de saber o dia do meu vôo (10/02/14) , e comecei a entrar em pânico só de imaginar…. meu primeiro tudo… e sozinha… Apesar de já saber que iria, só quando soube a data que tipo “caiu a ficha”… Corri pra internet… Como seu post me acalmou!! Estou indo pra NY , mas seu post foi de um ajuda indescritivel… Vou rele-lo umas duzentas vezes… rsrsrs… Muito obrigada. Bj

  5. celmarim acabo de chegar do DUBAI e o eu post foi uma big ajuda.
    viajei com as melhores hospedeiras, a comida foi o máximo, posta no Dubai preços incríveis, hotéis baratos, boa recepção.

    valeu

  6. Pingback: MALA DE RODINHA E NÉCESSAIRE | Salas Vip e a Classe Executiva (primeira parte)

  7. Querida, você foi uma ótima, de uma grande delicadeza adivinhar os pensamentos de quem vai viajar para fora pela primeira vez… por acaso acaso você conhece o aeroporto de Lisboa e o de Frankfurt?? Minhas conexões são lá, é bem curto o tempo entre elas e é minha primeira viagem internnacional!
    abraços

  8. Olá..primeira vez que leio o blog..e tbm minha primeira viagem internacional..irei pela Air France ..e vou a Dublin via Paris..a conexao em Paris é facil..vou do terminal 2f ao 2e..consigo fazer facilmente? Por favor me dá umas dicas..

  9. ola´ tambem irei a paris no comeco de abril a ansiedade ta grande seu post me ajudou bastante,ja viajeii pelo brasil; mas e´minha primeira viagem internacional tirei bastante duvidas obrigado

  10. Simplismente ameiiiiiiiiiiiiii, muito interessante e bem explicado, já viajei varias vezes de avião,então quanto a esta questão tudo ok.rs mas estou em contagem regressiva para Londres , minha primeira vez e de meu filho de 17 anos que mesmo com 5 anos de inglês fluente me da calafrios e a sensação de borboletas na minha barriga ,so de lembrar que esta chegando a tao esperada hora e começo de realizaçoes de varios sonhos a serem realizados , enfin agora mesmo so as malas que me atormentam ainda .Vamos ficar 15 dias , se alguem AMIGO (A) me der umas dicar ahhhh ficarei muito grata . beijos .

    • Seja bem vinda, Glécia! As borboletas na barriga são mesmo uma sensação maravilhosa. Minha dica para as malas é sempre o mínimo possivel, pois além de facilitar a locomoção, é quase impossível não comprar nada por aqui, então a mala volta sempre mais cheia. Vocês vão ficar só em Londres, ou vão viajar para mais lugares? quanto mais lugares a gente for, menor tem que ser a malinha, e de preferência que você consiga carregar sozinha. volte sempre!

  11. O meu primeiro e único vôo internacional foi em 1996, para Cancun. Foi um vôo horrível, num avião pavoroso com uma cia chamada Aerocancun. Então classe econômica Air France será luxo para mim 🙂 Meu marido e eu iremos para Europa mês que vem, nossa primeira cidade será Varsóvia,mas iremos para lá via Paris, com a AirFrance. Muito bom teu post!!! Adorei a riqueza de detalhes e saber que não passarei fome, porque quando fico ansiosa (geralmente fico assim voando) fico com fome. Beijo.

  12. Muito legal seu post…espero que o meu voo seja assim…mas não será pela air france… irei com a tap…
    Bom, vou torcer…

  13. Muito bem, tudo bem desenvolvido.
    A primeira viajem é sempre a primeira, cheia de emoções, aquele frio na barriga. Mas também é inesquecível, tudo muito inocente e original.

    A minha primeira viajem foi a Portugal(Braga) e tive a sorte de viajar com hospedeiras super simpáticas e posta em Portugal apesar de ser negra não tive problemas de racismo visto que em todo o lugar aonde fosse todos eram bons para mim.

    Uma das coisas que nunca sai da minha mente foi a alimentação a bordo, o filme que rolou haahhahah… dormi apenas um pouco e quando acordei já era dia e já estava em Portugal, uaua foi de mais.

    • A porta do banheiro é sempre um enígma. Tem uma que basta empurrar, outras tem uma tranca “escomoteada”. Se não sabe como abrir a porta, pergunte! É simples, rápido e eficaz. Afinal, a gente pagou uma grana preta pela passagem para ficar apertada!

  14. Amei a explicação… não poderia ser melhor.
    Na realidade mostraste-me que o importante e ter calma, estar positiva e levar tudo na desportiva.

  15. Incrível, ainda sinto essa emoção quando faço uma viagem. A primeira internacional foi para o Canada com escala em NY (2000). Ainda pude ver as Torres Gêmeas do alto, já que não tinha visto americano, então fiquei numa sala até a hora da conexão para Toronto. Legal as dicas para os iniciantes. Saber o que vai acontecer deixa a gente mais tranquila e confiante. Bjs

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